Corrida para evitar tarifas faz importações dispararem e PIB dos EUA encolhe pela 1ª vez em três anos
Por Redação | 06/05/2025 – 10h33
O rombo nas contas externas dos Estados Unidos atingiu um novo marco histórico em março, puxado por uma avalanche de importações realizadas por empresas americanas tentando se antecipar às novas tarifas comerciais. O resultado? Um déficit comercial de US$ 140,5 bilhões — o maior já registrado — e uma retração no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano.
Segundo o Escritório de Análise Econômica (BEA), o saldo negativo subiu 14% em relação a fevereiro, quando ficou em US$ 123,2 bilhões. A expectativa dos analistas era de um aumento, mas o número veio acima até das previsões mais pessimistas.
A principal causa dessa disparada nas importações foi a decisão do governo Trump de aplicar tarifas de até 145% sobre produtos chineses. Com isso, empresas correram para abastecer seus estoques antes que os preços subissem, provocando um salto de 4,4% nas compras internacionais, que chegaram a impressionantes US$ 419 bilhões — um novo recorde.
Apesar do aumento nas exportações, que subiram timidamente 0,2% e também bateram recorde (US$ 278,5 bilhões), o impacto negativo foi inevitável. O desequilíbrio nas trocas comerciais foi tão expressivo que cortou quase cinco pontos percentuais do crescimento econômico, empurrando o PIB para uma queda de 0,3% — a primeira retração desde o início de 2022.
A expectativa é que esse movimento de antecipação nas importações perca força até maio, o que poderia aliviar o impacto no segundo trimestre.